Leonor olhava em volta mas, não reconhecia o lugar nem como ali tinha chegado. No fundo Leonor não se revia nas opções tomadas e não sabia como recomeçar.
Então Leonor lembrou-se do inicio daquele péssimo dia. Tudo começou quando a seu marido lhe disse que ia desistir dela e da relação que eles tinham construído, logo nesse instante ela soube que o seu mundo estava a começar a desabar. Não importavam as desculpas dadas por ele, aquele homem em que ela confiou, aquele que lhe prometeu ser fiel e no fim a estava a trocar por ima das suas melhores amigas. Simplesmente aconteceu não pode servir de desculpa, Leonor apenas pensou que não ia dar o gosto de a ver desesperada.
Ao sair de casa para ir para o trabalho tentava encontrar pouco de sentido no que tinha acontecido a poucos minutos, só nessa altura se apercebeu que a única coisa combinada era que se iam separar. Leonor pensou que provavelmente nem tinha onde dormir e a pessoa a quem ela recorreria, estava a planear a vida com o seu marido.
A pensar nisso Leonor chegou ao trabalho e logo continuou o se pesadelo, a empresa onde ela tinha trabalhado até ontem tinha fechado as portas sem que ninguém que lá trabalhava pudesse suspeitar. Então todo o seu mundo colapsou, ela não sabia quem era ela definia- se como mulher de alguém e como funcionaria daquela empresa, isso tinha acabado.
Então em pânico sem conseguir respirar entrou no seu carro e começou a conduzir, ela só queria sair mas tinha de ter um destino. Então ao fim de alguns kilometros pensou em ir local onde ela sabia que tinha sido feliz pela ultima vez. Enquanto se ia aproximando de Coimbra, foi-se lembrando dos anos de estudante e como a vida tinha descarrilado depois de abonador a cidade. O seu namorado, depois marido, modificou- se na maioria dos dias ela não o reconhecia mas mesmo assim decidiu casar, tendo uma esperança que com o tempo ele volta-se a ser o homem por quem ela se tinha apaixonado. Ao chegar a Coimbra a sensação de pânico ainda não tinha diminuído apenas o seu respirar estava mais calmo.
Encheu-se de coragem e saiu do carro e logo foi invadida pela aragem típica do Mondego, sentiu-se em paz pela primeira vez desde que tinha deixado o Porto. Decidiu ir até a Se onde assistia as Serenatas na Queima das Fitas, subir o quebra-costas, ver se ainda tinha folgo e absorver mais uma vez o espirito daqueles dias. Enquanto subia aquelas escadas tortuosas , encontrou um ex colega de curso que nunca mais tinha visto, nem pensado nele. Ele e que a reconheceu visto qua as suas feições naqueles dez anos não tinham mudado muito. Rafael olhou para ela como se estivesse a ver o alma de Leonor, e esta teve a certeza que nada acontece por acaso, visto que tinha acabado de reencontrar o seu primeiro amor, numa altura que toda a sua vida lhe permitia arriscar e tentar ser feliz. Não demorou muito a saber que também a Rafael estava disponível a uma aventura. Subiram a Reitoria foram ao jardim botânico e acabaram a jantar nas esplanadas junto ao rio.
Leonor depois da melhor noite da sua vida teve a certeza que ia ser feliz em Coimbra e com o Rafael.
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